SEJA BEM VINDO AO BLOG DO PATRIMÔNIO CULTURAL DE LAJEADO!

- COMO VOCÊ PERCEBE AS ALTERAÇÕES QUE ACONTECEM NOS BENS DO PATRIMÔNIO CULTURAL EDIFICADO DE LAJEADO?

- VOCÊ PERCEBE ESTES BENS COMO LUGARES DE MEMÓRIA QUE DEVAM SER PRESERVADOS?

- SE, DAQUI A ALGUM TEMPO, NÃO RESTAREM MAIS VESTÍGIOS, ESTE FATO NÃO CAUSARÁ O ESQUECIMENTO DO PASSADO (PERDA DA MEMÓRIA LOCAL)?

Sua opinião é muito importante para a minha dissertação de Mestrado.



Abraço
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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

PRÉDIOS LISTADOS NO INVENTÁRIO DO PATRIMÔNIO CULTURAL DO RS - LAJEADO

Em 1992, o governo do estado do Rio Grande do Sul, por meio de um Termo de Cooperação Técnica firmado com Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE), e os municípios gaúchos, realizou o Inventário do Patrimônio Cultural do Estado.

O inventário dos bens de valor histórico-cultural, conforme revelado pela pesquisa realizada para a obtenção do título de especialista em Patrimônio Cultural em Centros Urbanos, pela UFRGS,  estabelece prova pré-constituída da importância destes prédios, sujeitando o proprietário e, subsidiariamente, o Poder Público, à sua preservação.

No município de Lajeado, considerando as emancipações posteriores ao levantamento, restaram cadastrados 35 imóveis que serão incluidos neste blog.
A seguir você conhecerá os primeiros 10 imóveis.
Visitando os endereços citados você poderá constatar o que está preservado e o que não existe mais.
 




Rua Borges de Medeiros – 370
Datação: 1940
Proprietários: Família Schneider
Uso residencial e comercial
Cobertura com platibanda e telha francesa
Elementos externos: Frontão recortado com elementos em alto relevo e balaustrada
Balcão com colunas e capitéis decorados
Aberturas com cercadura
O prédio foi adquirido pelo Governo Municipal e deverá ser ocupado pela Secretaria Municipal de Educação.
Atualmente está em fase de restauração e readequação para novos usos.


Rua Borges de Medeiros – 342
Antiga Estação Rodoviária
Datação: 1930
Proprietários: Mário Branderburger Kielling
Uso comercial
Cobertura com platibanda e  duas águas
Elementos externos: Frontão decorativo com presença de cimalhas
Pináculos - Com sótão - Falsos Pilares com a presença de capitéis
DADOS HISTÓRICOS:
Antigamente neste prédio eram ministradas aulas, mais conhecida como primeira escola isolada do município. A escola era orientada pela professora Maria Otília Correa de Lima. A educadora era muito querida no meio escolar sendo sua memória até hoje lembrada como exemplo de dedicação. (PRS/92-0011.00015)


Rua Júlio de Castilhos - 1172
Vila Olga
Datação: 1935
Proprietários: Ivo Scherer
Uso residencial
Cobertura com beiral e 4 águas – telha francesa
Elementos externos: Avarandado que avança na frente da casa, existindo na parte superior
Um frontão no qual está identificada a casa;
O avarandado é circundado por uma mureta vazada com balaustres. Jardim arborizado. O prédio foi demolido. Atualmente o terreno é ocupado por um conjunto de lojas.

Av. Benjamim Constant
Datação: 1927
Proprietários: Hedy Schlabitz Lenz
Uso residencial com porão.
Cobertura com beiral e 4 águas – telha francesa
A técnica utilizada para a construção da casa é tijolo/barro. Área externa ajardinada.
DADOS HISTÓRICOS: Construída por Paulo Jacob   Schlabitz (PRS/92-0011.00033)


Rua Júlio de Castilhos, 344
Datação: 1940
Proprietários: Loivo Carlos Muller
Uso residencial e comercial
Cobertura com platibanda e 4 águas – telha francesa
Elementos externos: Parapeito decorado com balaustres entalhados na parede;
Uma sacada.
DADOS HISTÓRICOS:
O prédio faz parte de um conjunto que marcou uma das fases de crescimento da cidade de Lajeado. Alguns anos após a construção, na parte superior do prédio, eram realizados bailes com a presença de pessoas da cidade de Lajeado e de tropeiros provenientes de cidades da Região do Vale do Taquari. Neste período o local ficou conhecido como “o pavilhão”, em referência a sala ampla onde eram realizados os bailes. (PRS/92-0011.00011)
- No dia 24 de outubro de 2009 parte da platibanda caiu sobre o prédio vizinho. O prédio encontra-se  na área de entorno do prédio da Casa de Cultura, tombado pelo IPHAE.

Rua Silva Jardim, 191/197
Datação: 1945
Proprietários: Terezinha Soares da Silva
Uso residencial
Cobertura com platibanda e 2 águas – telha francesa
Elementos externos: Frontão triangular com presença de uma janela p/sótão
Cimalhas
Cercaduras das janelas com elementos decorativos;
Sacada com balaustres
DADOS HISTÓRICOS:
O prédio faz parte de um conjunto de prédios da Silva Jardim que marcou uma das fases de crescimento da cidade de Lajeado. (PRS/92-0011.00008).


Rua Silva Jardim, 150
Datação: 1932
Proprietários: Arnaldo Francisco Corbellini
Uso comercial
Cobertura com platibanda e 4 águas – telha francesa
Elementos externos:
Platibanda recortada com data de construção cercada por motivos decorativos.









Rua Júlio de Castilhos
Datação: 1931 a 1933
Proprietários: Sociedade Beneficiência e Caridade Hospital Bruno Born
Uso institucional  - Hospital São Roque
Cobertura com beiral e 2 águas – telha francesa
Elementos externos: Frontão recortado no estilo barroco.
Saguão de entrada com sacada superior.
DADOS HISTÓRICOS:
Originalmente o prédio ficava de frente para a rua. (PRS/92-0011.00031)
Com a ampliação do Hospital o prédio original ficou recuado, mas é mantido com as mesmas funções.

 
Rua Silva Jardim, 174
Datação: 1930
Proprietários: Spohr Straatmann S/A Auto Peças
Uso comercial  - Comércio de auto peças
Cobertura com platibanda e 4 águas – telha francesa
Elementos externos: Frontão recortado e trabalhado;
Presença de cimalhas e falsos pilares

Rua Bento Gonçalves, 861
Datação: 1949
Proprietários: Colégio Evangélico Alberto Torres
Uso institucional  - Jardim de Infância do Colégio Alberto Torres
Cobertura com platibanda e 2 águas – telha francesa
Elementos externos: Frontão recortado com características barrocas e presença de uma sacada para o sótão.
DADOS HISTÓRICOS:
Ano de construção aproximada 1949. Na época foi adquirida por Pedro Eugênio Sturmer. (PRS/92-0011.00030)


Os dados de identificação são os que constam nas fichas individuais do inventário, elaboradas pela arquiteta Sigrid Collischon.

PATRIMÔNIO HISTÓRICO: REFORMAR OU RESTAURAR?

            O título de uma matéria publicada em jornal de grande circulação no estado chamou minha atenção e motivou-me a escrever este texto.
            O título era “Patrimônio histórico é reformado” e, no corpo da matéria falava em reforma para preservar a parte antiga do bem.
           Bom, em primeiro lugar é importante buscar o significado da palavra reforma. Conforme o nosso bom e velho conhecido dicionário, reforma significa mudança, modificação, nova organização, nova forma. Aplicando este significado ao que está dito na citada matéria encontramos uma incoerência, ou seja, se estamos modificando ou dando uma nova forma ao patrimônio histórico não estamos preservando.
         O termo correto a ser utilizado, neste caso, é restauração. Restaurar é reparar, recuperar, consertar algo que está desgastado pelo uso ou em mau estado de conservação. Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado – IPHAE, a restauração é uma ação excepcional que ocorre em virtude da ausência da devida conservação do monumento. Tem como finalidade resgatar e revelar os valores históricos e artísticos, fundamentando-se no preexistente e na autenticidade para recuperar a sua integridade.
          Este cuidado não se aplica somente a imóveis tombados, ou seja, protegidos por legislação especial, mas aos que fazem parte do entorno destes ou que, ainda, estejam incluidos no rol do Inventário do Patrimônio Cultural do município ou do Estado. O arquiteto é o profissional preparado para identificar estas situações e, cabe a ele, antes de realizar qualquer intervenção, identificar se o bem encontra-se sob a proteção do patrimônio histórico. Os projetos, então, deverão ser encaminhados à apreciação das equipes técnicas dos órgãos responsáveis pelo tombamento, ou proteção, dos mesmos (municipal, estadual ou federal).
           Ainda, é permitido, e desejável, a atualização funcional e adaptação a novos usos destes bens. Estas ações deverão ser compatíveis com a tipologia, capacidade de suporte e idoneidade do edifício, dentro dos critérios de reversibilidade e autenticidade. Podem compreender ampliações e subdivisões para conformar áreas de serviço, mezaninos, acessos para deficientes físicos, e implementar instalações hidráulicas, sanitárias, elétricas, redes de dados, telefone, climatização, segurança e outros, sempre deixando claro o que é original e o que é contemporâneo.
            No caso da matéria que motivou este texto, parece-me claro que há um erro conceitual na redação do texto, pois, na prática o que está sendo realizado é a restauração. Mas, entendo ser importante esclarecer e chamar a atenção para os procedimentos corretos, pois dúvidas podem gerar erros graves que implicam, inclusive, em penalizações.